Olá pessoal,
Férias não é só para quem vive na cidade. Os alunos da Escola Classe Barra Alta têm muitas opções de lazer. Que tal aproveitar as frutas da temporada? Época de manga!!! Não tem nada melhor do que colhê-las fresquinha com as mãos e saboreá-las... Caminhadas ao ar livre, banhos de rio, brincadeiras com pedrinhas, pauzinhos e outras coisinhas da natureza sempre estiveram entre os minhas brinc adeiras preferidas no meu temp de criança, sem falar nas histórias contadas pelos meus pais. Que tempo bom era aquele!!! Então aproveitem as férias, durante o período de chuvas, tentem ouvir as gotinhas de água batendo no tenhado e nas janelas... É uma delícia!!! Nas noites de céu aberto, separe um tempinho para observar as estrelas. Atente-se a orquestra dos pássaros ao amanhecer e dos sapinhos e grilos à noite. E não se esqueçam de observar a relva depois que a chuva pára e o sol aparece. São coisas simples, mas que infelizmente depois que crescemos não temos mais tempo para esses prazeres que o campo nos oferece de graça e que valem uma fortuna. Boas férias!!! Divirtam-se!!!
É noite, um homem pára à porta do edifício, olha para o alto, assobia. Outro homem aparece na janela do terceiro andar, olha para baixo e grita:
— Está sem chave?
— Estou sim. Estou sem chave.
— E a porta está trancada?
— È, está trancada.
— Então vou lhe jogar a chave.
— Para quê?
— Para abrir a porta.
— Bem, se o senhor quer que eu abra a porta, pode jogar.
— Mas o senhor não quer entrar?
— Eu não. Entrar para quê?
— Então o senhor não mora aqui?
— Não senhor.
— Se é assim, por que diabo quer a chave?
— Se o senhor quer que eu abra a porta, só posso abrir com a chave. Não havia de ser com meu cachimbo, pois não?
— Eu?! Eu não estou querendo que o senhor abra a porta coisa nenhuma. Pensei que o senhor morasse neste prédio: estava assobiando.
— Os moradores deste prédio têm o costume de assobiar?
— Eles assobiam quando estão sem chave.
— Eu assobiei não foi por falta de chave.
( tudo isso aos berros.)
Afinal de contas, pode-se saber por que vocês estão berrando?— Urrou um terceiro senhor, de uma janela do primeiro andar.— Não se pode mais dormir nesta droga!
— Estamos berrando porque aquele senhor ali está no terceiro andar e eu estou na rua. Se nós falarmos baixo, ninguém escuta.
— Mas que é que vocês querem?
— Pergunte ao senhor do terceiro andar. Eu ainda não compreendi. Primeiro ele quis me jogar a chave para abrir a porta. Depois não quis que eu abrisse. Finalmente, disse que se eu assobiei é porque moro aqui. O senhor assobia?
— Eu não! Por que cargas d’água havia de assobiar?
— Porque mora neste prédio. O senhor do terceiro andar disse que todos os moradores assobiam. Bolas! De qualquer maneira, não tenho nada com isso. O senhor pode assobiar se quiser. Passe muito bem.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Moça deitada na grama.
Rio de Janeiro, Record, 1987. p.90-91.)
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Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o escuro ao invés do claro e os pingos nos "is" a um redemoinho de emoções, exatamente a que resgata o brilho nos olhos, o sorriso nos lábios e coração ao tropeços.Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto, para ir atrás de um sonho.
Morre lentamente quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, ouvir conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte, ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, nunca pergunta sobre um assunto que desconhece e nem responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em suaves porções, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples ar que respiramos.
Somente com infinita paciência conseguiremos a verdadeira felicidade.
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Era um dia como outro qualquer na confecção de roupas Fruto da Moda,até que...
Triiimmm.
— Alô!
— Alô!
— De onde fala?
— Fruto da Moda, bom dia!
— Bom dia eu gostaria de fazer uma encomenda.
— Pode falar, o que o senhor deseja?
— Eu desejo trinta mangas?!
— Quantas mangas:!
— Trinta.
— Mas... só as mangas?
— É. Algum problema?
— Não... o senhor é quem sabe!
— Realmente sou eu que sei. Posso continuar o pedido?
— Claro! Seja qual for...
— Por favor, envie muitas verdes e poucas vermelhas.
— Sei... Nós temos apenas verde limão. Serve?
— Ah... Boa idéia! Aproveite e mande-me alguns limões e algumas laranjas.
— Cor-de-laranja?
— É lógico!
— O cliente sempre tem toda a razão...
— Por favor, você poderia mandá-las numa caixa para não amassar muito?
— Sem problema algum1 o senhor gostaria que já mandássemos passadas?
— Que absurdo! Quem gosta de mangas passadas?
— O senhor me desculpe, mas eu gosto!
— Gosta? Que horror! Se bem que gosto não se discute, não é mesmo?
— É. Como o senhor quer os botões?
— O quê?? Botões?? A senhora ficou biruta?! Nunca vi isso na minha vida!
— Pois fique sabendo que o senhor está muito desinformado! Provavelmente deve usar só camiseta, certo?
— Nada disso, e o que tem a ver a manga com a camiseta?... Ô-ooooou, algo está errado...Tudo está muito estranho... Diga-me uma coisa...
— Pois não?
— A sua manga tem casca, caroço, fiapo e muito caldo?!...
— O quê? ? Está de brincadeira comigo ou é o senhor que está ficando biruta?
— Chiii ... Algo me diz que dei um fora!...
— É. Qual?
— Eu acho que aí não é o mercadinho Fruto da Época, é?
— Não, aqui não é o mercadinho Fruto da Época, não senhor! Aqui é a confecção de roupas Fruto da Moda, como eu já disse!!!
— Ai, minha senhora, perdoe-me a confusão! Não quero manga de camisa, não!... Quero a manga fruta! Que engano! Desculpe-me sim?!
— Claro, isso acontece. Até logo! Plec
Ana Paula Escobar Freddi e Noemi Paulichenco Loureiro. Deu pano pra manga,São Paulo, Spicione, 1997.
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O guaxinim passou correndo pelo tamanduá. Curioso, o tamanduá perguntou ao guaxinim aonde ele ia com tanta pressa. O guaxinim respondeu, mas o tamanduá não ouviu direito. Só deu para entender que a palavra terminava em “eiro”.
— Dinheiro? Deve ter alguém dando dinheiro! Vou lá também!
E desandou a correr atrás do guaxinim.
Os dois passaram correndo perto do cachorro-do-mato.
— Aonde vocês vão correndo desse jeito? — perguntou ele.
— Dinheiro! — respondeu o tamanduá, sem diminuir a carreira.
— Bombeiro!? — exclamou o cachorro-do-mato.— Será que a mata está pegando fogo?
Saiu então correndo atrás do tamanduá, que corria atrás do guaxinim,
O sapo viu os três correndo e perguntou:
— O que está havendo? Que pressa é essa?
— Fogo!— gritou o cachorro-do-mato.
— Jogo!?— Ih, é mesmo! Acho que a decisão do campeonato já começou!
E foi pulando atrás do cachorro-do-mato, que corria atrás do tamanduá, que corria atrás do guaxinim.
Vendo aquela correria, a ema perguntou o que estava acontecendo.
— Começou! — gritou o sapo.
— Tropeçou? Quem tropeçou?
Ih, caiu, está machucado? — assustou-se a ema.
E lá foi ela correndo atrás do sapo, que pulava atrás do cachorro-do-mato, que corria atrás do tamanduá, que corria atrás do guaxinim.
Logo o grupo chegou à casa do guaxinim, que entrou esbaforido, deixando os outros do lado de fora. Depois de um tempo, voltou sorrindo aliviado. Só então percebeu a presença dos outros bichos em frente à sua casa.
— Ué, o que vocês estão fazendo aí?
— Ué digo eu, guaxinim— disse o tamanduá. — Cadê o dinheiro?
—E o incêndio? A mata não está pegando fogo?— perguntou o cachorro-do-mato.
— E o jogo? Não é hoje a partida decisiva?— indagou o sapo.
—E quem tropeçou? — perguntou a ema.— Ficou muito machucado?
— Não tem nada disso não, pessoal! Respondeu o guaxinim.
— Então por que você estava correndo daquele jeito?
— Eu vim correndo porque estava morrendo de vontade de ir ao banheiro...
MaurícioVeneza, Meia palavra não basta. São Paulo,Atual.1998.
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À medida que as aulas foram se desenvolvendo, tornou-se visível a cada dia, a alegria e empolgação dos alunos, provavelmente em virtude das atividades significativas e atraentes, que estimulam o aluno a pensar, a observar, a analisar de forma lógica questões sobre temas relevantes, sem perder o contato com a ludicidade. Através de questionamentos, os alunos alargam os horizontes da imaginação, e desenvolvem atitudes de investigação que possibilitam a compreensão da realidade ao estabelecer relações entre suas concepções prévias e o conhecimento científico.
Por outro lado, os professores mostraram-se ansiosos depois das primeiras aulas, pois perceberam que o desenvolvimento das mesmas exigia muito estudo e inovação no seu papel como professor. O professor, antes um transmissor de conhecimentos, passa a ser um questionador, também aquele que orienta os alunos em suas observações e processos de investigação. Ele precisa valorizar as opiniões dos alunos e não oferecer respostas prontas. A sala de aula se torna um espaço onde a aprendizagem surge por meio de um processo co-participativo, onde o aluno se torna um sujeito ativo que constrói o seu próprio conhecimento. Essa tarefa a principio parece fácil, no entanto tais mudanças assustam um pouco, pois exige uma ruptura com práticas e concepções arraigadas ao longo nos anos no fazer pedagógico dos docentes.
Outro fator que contribuiu para aumentar a ansiedade dos professores no inicio da implantação do Programa, foi o curto período de tempo estabelecido para o desenvolvimento da Unidade em cada série, mas após reavaliação e flexibilidade no cronograma, todos os professores da escola se empenharam e se dedicaram no sentido de desenvolver todas as aulas, por julgarem relevantes e necessárias ao desenvolvimento de seus alunos.
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Por isso, é importante favorecer a familiaridade das crianças com as histórias e a ampliação de seu repertório. Isso só é possível por meio do contato regular dos pequenos com os textos desde cedo e de sua participação freqüente em situações diversas de conto e leitura. Sabe-se que os professores são os principais agentes na promoção dessa prática – e a escola, o principal espaço para isso.
Nesse sentido, a Escola Classe Barra Alta busca resgatar o hábito de ouvir belas histórias, tendo como mediador o contador de histórias, representado pela personagem Chiquinha. Através do projeto a escola abre espaço para os alunos desenvolverem suas capacidades de produzir narrativas orais e escritas, estimulando a leitura e ampliando assim, sua visão própria do universo e de si mesmo. Nesta perspectiva, traz no seu contexto o intuito de fazer a criança voltar a sonhar, a imaginar e principalmente, a se encantar.
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